sexta-feira, 25 de maio de 2012

Vidro de alcaparras

Demorei algum tempo para perceber que eu não estava perdida. Eu achava que meu café da manhã estava vazio, meu almoço e meu jantar também. Eu pensava que havia lacunas no dia e faltava informações sobre você: "Você comeu direito?".
Tive que lidar com a falta de informações... Ah! E como foi dificil isso, para mim que sou uma pessoa que adoro controlar tudo, e como deixaria de controlar (ou pensar que estava controlando) você?
Foi uma série de desafios, que eu fui vencendo um a um, dia após dia... Comecei com o distanciamento aos poucos, depois deixei de perguntar, procurar e saber e no fim, BINGO! Deixei de sentir!
Por estes dias que você veio atras de mim, eu pensei: Quem é você? Era que o mesmo? Pensa as mesmas coisas? Se veste do mesmo jeito? Tem ainda as mesmas manias? Sente do mesmo jeito? Pois bem... Porque EU não sou mais a mesma. Eu dei para deixar de sentir, agora eu sou um equilibrio entre razão e emoção e fumo nos finais de semana. É...
Mas queria deixar bem claro que eu ainda penso em você quando seu time ganha (ou até quando ele perde) e que quando eu abro o armário aqui de casa, eu vejo o vidro de alcaparras e ainda penso: caramba, ele gosta disso... 
Porém, apesar disso tudo, eu ainda tenho o orgulho de dizer que superei você, mesmo que superar não seja apagar você totalmente da minha vida, lembranças e pensamentos, porque isso é impossivel. Hoje estou livre, feliz, e aprendi muito com isso e devo agradecer a você!
Algumas pessoas iriam achar que meu coração depois disso está vazio, mas eu digo que não... Ninguém mora lá dentro além da esperança.
Deixa eu só te perguntar uma coisa: Você não comeu aquelas bolachinhas de almoço não, né?

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Sobre interruptores, buracos e vazios

Eu costumo ir em uma loja de artigos elétricos onde existe uma parede enorme, cheia de interruptores para todos os gostos... Um dia eu parei do lado da parede, e comecei a observar os buracos que haviam lá, buracos onde um dia lá estava um interruptor que foi comprado por alguém e que hoje está sendo usado em algum outro lugar. Os buracos, os vazios dos interruptores me incomodaram.
Dentro da gente também tem uma parede, só que ao invés de interruptores, nós temos pessoas e lembranças... Os mesmos podem ser apagados, tirados, vendidos ou roubados por outras pessoas, não importa o motivo, mas também temos nossos buracos.
Voltei nesta loja mais algumas vezes e eu continuava incomodada com aquele vazio... Preferia nem olhar mais para a parede. Deixei pra lá, esqueci.
Os dias se passaram e eu percebi que havia um buraco em mim, e você foi vendido, e agora habitava a parede de alguém... E aquilo me incomodava demais, até mais que os interruptores. E lá estava o meu vazio, o seu vazio.
Na última vez que voltei a loja, olhei pra parede e não senti nada. Nem pena, nem fiquei pensando onde estavam os interruptores. Aquilo era um vazio, um buraco, uma lei da vida. As coisas habitam certos lugares e mudam, sempre foi assim e sempre será. Por quê que com você seria diferente?
Fico feliz em perceber que você não é mais aquele "você" para mim, que o buraco que você deixou já fechou e está pronto para ser habitado por outro você, outro alguém... Não perco mais meus minutos pensando nos erros e nos acertos.
Alguém simplesmente te comprou de mim, e eu não aceito trocas, obrigada.

domingo, 13 de maio de 2012

Mudanças

“Minha vida mudou muito nos últimos anos. Eu mudei muito nos últimos anos. Mudei sem oferecer a menor resistência. Mudei sem me surpreender com as mudanças. Elas simplesmente apareceram, aconteceram, me invadiram e se instalaram. Então, eu finalmente me senti em casa dentro de mim mesma. E hoje, mais do que nunca, sinto que não devo nada para ninguém. A gente demora demais para se livrar de pesos e culpas. Mas um dia, finalmente, a gente acorda. E descobre que tem uma vida inteirinha pela frente.”

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Casquinha de sorvete

"Nunca gostei de casos que dão um caos danado
nunca liguei para dinheiro, assim como ligo para o coração
nunca achei um saco receber mensagens e ligações no meio da noite,
nunca chorei por saber que não conseguiria alguma coisa,
sempre fui atrás de consegui-las.
Vivo porque estou viva,
choro porque ainda tenho sentimentos,
gosto de rir porque sou feliz, simples assim.
Bebo quando tenho vontade,
saiu quando quero,
ligo quando sinto saudade.
Sou indecisa quando se trata de gostar de alguém,
sofro calada por 2 minutos depois procuro aquela amiga para conversar,
choro as vezes só para ter a sensação de lavar a alma.
Posso ser simples, como uma casquinha de sorvete,
mas jamais serei sem graça como uma festa de criança sem decoração."

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Não interrogo mais nem procuro

"O coração, se pudesse pensar, pararia. Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo. Não sei onde me levará, porque não sei nada. Poderia considerar esta estalagem uma prisão, porque estou compelido a aguardar nela; poderia considerá-la um lugar de sociáveis, porque aqui me encontro com outros. Não sou, porém, nem impaciente nem comum. Deixo ao que são os que se fecham no quarto, deitados moles na cama onde esperam sem sono; deixo ao que fazem os que conversam nas salas, de onde as músicas e as vozes chegam cómodas até mim. Sento-me à porta e embebo meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paisagem, e canto lento, para mim só, vagos cantos que componho enquanto espero. Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência. Gozo a brisa que me dão e a alma que me deram para gozá-la, e não interrogo mais nem procuro. Se o que deixar escrito no livro dos viajantes puder, relido um dia por outros, entretê-los também na passagem, será bem. Se não o lerem, nem se entretiverem, será bem também". 



"foi como um erro
um erro, que não será concertado
jamais, voltaremos"

Saudades de algumas pessoas, saudades de doiz mil e nove. Ou melhor, saudades de todo mundo.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Manual

Felizes são aqueles que entendem o mecanismo da vida, como funciona o tal "viver". Cada caso é um caso. Tem coisas que só conseguimos se mantivermos o pensamento firme e outra só se nosso coração e mente estiverem livres. Viver é isso. É analisar... Cada dia uma auto analíse de si, e dos outros.
Mas talvez viver vai além disso. Viver é sobreviver as quedas e dias ruins. É resistir ao próprio impulso de abrir mão de tudo. Minha forma de viver ultimamente é um dia de cada vez, uma hora de cada vez, um minuto por vez, e planos só quando extremamente necessário. Também não minto mais pra ninguém... "Você tá bem?" "Não to não, to mal." Não preciso de esconder isso. Quando eu descobri isso, logo eu percebi que eu melhorei. A verdade cura.
Felizes são aqueles que vivem sem pensar, sem questionar e perguntar: E aí? O que vem depois?
O tal do DEPOIS nem existe ainda! Afinal, o que existe? O agora? A nova ordem é viver o agora... Porque é ele que está aqui do meu lado, do seu lado.
Felizes também são aqueles que não entendem e nem procuram entender nada da vida... Porque a vida na verdade não tem explicação, não tem manual.