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"I love how you can tell, all the pieces, pieces, pieces of me..."
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Abriu a gaveta, tirou uma colher. Algo cotiadiano, que mudaria totalmente sua
vida. Ela nunca tinha olhado suas colheres, aquelas das quais sua mãe comprara e tinha insistido em levar laranja "
Cores citricas, tem mais luz.. Leve estas". Ela não gostara dos talheres laranjas, e dai? Ela usaria só para comer, com excessão de hoje é claro. Começou a filosofar, e viu como a colher estava suja e logo se lembrou da ultima vez que ela lavara louça. Metade dos copos e pratos foram quebrados, jogados e despresados... Mais até dos que as colheres laranjas!
O resto dos pratos foram quebrados enquanto ele pegava suas coisas correndo, e ela ia destruindo a cozinha. E os talheres laranjas lá.. Sempre lá, olhando,
quietos.
"Olhe só para você! Como mudou, parece sua mãe!" Meu deus, será que daqui alguns anos, eu vou estar gostando de colheres laranjas? E a briga toda, foi passando na sua cabeça... Se ela soubesse que aquela seria a ultima vez que ela veria ele, e brigaria com ele... Teria poupado os pratos e copos. Ah! Ela se lembrou de quando a noticia da separação de espalhou para a familia:
"Claro que ela não vai aguentar.. Dona Clarice, a senhora tem que tirar ela daquele apartamento! Décimo andar não pode?" E sua amada tia?
"Esta é a oitava separação dela?"
Sua maior caracteristica, era o orgulho, jamais ela se jogaria do décimo andar. Imagina só? A confusão?
J-A-M-A-I-S. Hoje ela não tinha mais a ele, e ele não tinha mais a ela. Ela tinha apenas as colheres laranjas, e a esperança. Ele não tinha mais nada.
Seu pensamento foi interrompido...
O interfone tocou...