segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Quiçá

Queria falar sobre angústia.
Angústia de ter apostado tudo e nada
Maior frustração...
Naquele dia eu queria ir para estrada
E ficar sentada no asfalto cheio de buracos
Esperando uma alma gentil me salvar
Iria para qualquer lugar, não importaria nada.
Deixaria tudo. Eu. Você e todos seus medos.
Iria viajar quilômetros e quilômetros em busca de alguém como você
Mas menos fraco, com menos medo.
Em outra vida talvez encontraria
Não nessa viagem
Mas quiçá, eu esbarre em você.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Passagens cronológicas, sem cronologia alguma

 Já adianto que não acreditava em possíveis viradas na vida simultaneamente com as viradas cronológicas. Ano novo, vida nova? Não. Muito menos um mês novo com coisas novas, no máximo contas para pagar. Aquele outubro foi diferente e me lembro bem, aquele sim me trouxe coisas novas.
 Importante dizer que sempre fui instável e somada com a instabilidade que foi enviada para mim naquele outubro, tudo mudou. Digo para vocês: tomem cuidado, o bem vem disfarçado de mal e o mal vem vestido de bem. E assim foi, o outubro marcante.  Uma enxurrada de incertezas, certezas, esperanças e principalmente raiva. Instabilidade.
 Você quer saber se eu voltaria no tempo, se pudesse? E se eu te falar do que janeiro me trouxe? Ficaria confuso?
 E para dar o tiro final na minha teoria sobre mudanças da vida veio janeiro. O mês que abre o ano e renova as certezas. Para mim? Certezas até demais, tanta certeza que cai de cinquenta andares de um prédio sem paraquedas. Tudo que chegou endereçado na minha casa, veio sem remetente. Cheguei a pensar que o destinatário talvez tenha sido sorteado e nessas horas as forças da sorte se lembraram de mim.
 Sorte? Azar?
Ao mesmo tempo que tudo que os meses me trouxeram com rapidez, tudo foi tirado. De uma hora para outra, assim passei a acreditar em possibilidades. Eu, tão cheia de certezas, agora acreditava em ditados populares. Hoje acredito em destino, acredito em mudanças e acredito mais ainda na minha instabilidade. Não acredito no carteiro e muito menos nas cartas. O calendário fixado na minha geladeira, não significa nada...
 E as contas para pagar?
 Bom... O carteiro não trouxe.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Para a pessoa mais especial do mundo, da galáxia e do universo

Andei pensando em coisas diferentes...
Não existem razões para se gostar de alguém. Gostamos por gostar.
Dele, gosto além de gostar, gosto do que ele me conta, do que ele me faz rir. Gosto além da segurança de entender, gosto além do sorriso (maravilhoso) e de todas as palavras doces já ditas e não ditas.
Não sei quando gostei e não quero saber até quando vou gostar, mas apostaria para sempre. Sempre, para poder convidar para conversar todas as tardes, estender o programa para noite e eu poder me apaixonar mais.
Se vocês me perguntarem dele, digo a vocês: diferente e igual a mim. Igual porque é diferente. E diferente porque é demais, demasiadamente especial.
Ficaria uma porção de dias ao lado dele e deixaria a vida prolongar mais alguns, só pelo prazer de respirar ao lado dele e principalmente da ausência de oxigênio que o momento me traz.
Pensando nisso tudo, conclui:
- Agora meu coração não bate só por mim.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Pra galáxia mais próxima daqui

  Todos os dias antes de colocar a cabeça no travesseiro eu me perguntava o por quê que eu não era iguais aos outros. Não em uma coisa mas em todas. Eu sou um alienígena aqui, não pertenço a esse lugar. Não sou superior e nem inferior aos terráqueos mas eu sou diferente. Um sorvete não é um sorvete para mim. Dou valor enorme ao desvalorizado e desvalorizo o super valorizado. Não entendo o que se passa na cabeça alheia, nas coisas mais simples até nas mais complexas, e muito menos me compreendo. Não sou normal, não sou daqui.
  Talvez meus criadores, progenitores tenham me abandonado aqui. Por que teriam feito isso? Sou tão diferente deles também? Queria ser igual a alguém e poder dizer: você é minha alma gêmea. Eu sei que nunca direi isso. Cansei de ser diferente, quero ser igual. Ser diferente cansa, frustra. Ou me levem de volta pra onde eu nasci, ou pra galáxia mais próxima daqui.

sábado, 24 de agosto de 2013

Sobre orações falhas

É um paradoxo e não aguento mais
Quanto mais me esvazio mais me encho de tristeza
Quanto mais rezo, pior eu fico
Quanto mais eu sinto, menos eu quero sentir.

Não é culpa minha
Nem sua
Nem dele
Talvez, seja da vida
Ou nem dela.

Talvez eu mereça tudo isso
Mas como falam por ai....
Deus não dá o fardo maior do que pode se aguentar
Então peço ajuda para Deus
Mas nem ele pode me ajudar.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Fragmentos sobre luzes e bancos de praças

  De alguma forma minha cabeça não via nada que eu pudesse fazer além de passar meu tempo em uma praça. Ficava toda a duração da luz do dia sentada, desenhando rostos alheios e principalmente sorrisos que eu gostaria que fossem meus. Quase todos os dias eu conseguia desenhar diversas gerações e tipos de gente. Não entendia o objetivo daquilo mas naquela situação qualquer ação rotineira seria válida e explicações seriam vagas.
  Com o passar das horas, eu empilhava meus desenhos e rezava para o ventor não levassem-os embora de mim. Quando a luz partisse eles me seriam úteis: quem me anima? que iria ver o sorriso de quem? - Os meus desenhos, é claro.
  Algumas lágrimas escorriam no meu rosto, com o objetivo de esvaziar meu vazio para dar mais espaço para outros "vazios" e vire e mexe alguém de preocupava com meu choro.
  - Minha filha, pra que tanta tristeza? - Perguntou um senhor grisalho e exótico, um tipo de pessoa que não desenharia.
  - Sabe, às vezes... às vezes temos só papel na vida. - Respondi
  - Então pegue esses papéis e escreva sua história, invente e viva!
  Ele levantou e sumiu no meio de outras pessoas que pouco se importavam com o que se passava naquela praça. Eu queria ao menos saber o nome daquele senhor e o endereço, assim usaria alguns de meus papéis para escrever uma carta, dizendo o quanto já inventei histórias para mim, o quanto já tentei viver e nada adiantou, e iria agradecer no final do texto por ele ter sido a única pessoa que falou comigo naquele dia (e quiçá se importou comigo).
  A luz do dia estava indo embora e eu sabia de duas coisas: ela voltaria no dia seguinte, em menos de doze horas e eu também estarei ali, com meu coração apertado e uma angústia descontrolada novamente. Não queria voltar para aquele banco e muito menos para o banco do lado, não queria mais ter que desenhar ninguém. Durante a semi escuridão, os sorrisos eram trocados por caras frustadas e perturbadas, não gostava de ficar ali, era como uma forma de competição e concorrência para mim.
  Voltei para casa.
  Eu sabia que voltaria porém fazia tempo que eu procurava sorrisos parecidos com o seu. Não adiantava procurar... Você está em um canto de uma cidade qualquer, sorrindo por alguma coisa não qualquer. A infeliz era eu.
  Peguei algumas folhas de papel, escrevi uma carta para ninguém, talvez. Contei a história que mais me afligia no mundo, tomei uns remédios e fui dormir.
  Não voltei para a praça no dia seguinte.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Nunca escrevi sobre sapatos

Talvez você seja como meu sapato preferido
Aquele que a gente nunca tira do pé
E se tira, mantém ele em mente.

Você não sai dos meus pensamentos
Mas quando me forçam a isso
Coloco o resto de você no coração.

Não que eu esteja te comparando com um sapato qualquer
Nem com meu favorito
Até porque um dia ele irá pro lixo
Já você... Permanecerá aqui.

Nunca escrevi sobre meus sapatos
Isso porque gosto muito deles
E pra você dedico tudo e todas as palavras do mundo
Mas isso não é uma comparação.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Versinhos sobre nós

Não mudou nada, absolutamente nada
Tenho um coração
Que dizem que me pertece
Mas é mentira.

Meus pensamentos continuam os mesmo
Dizem que eu tenho controle,
Mas é mentira.

Dizem também que eu mando em mim,
Mas é mentira.

Você manda nos meus pensamentos,
E manda no meu coração.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Speculum

Decidi que iria jogar tudo fora que me lembrasse você.
Apaguei músicas, Joguei fora vários papéis, Queimei minhas roupas...
E no final, ainda estava sentindo sua presença.
Foi ai que precisei de me reinventar,
Existir em outro mundo onde não tenha você.
Eu era quase sinônimo de você.

Mas não quero viver onde não tenha você.
Seu sorriso
Suas diferenças
Suas semelhanças
Seu ar.

Antes de dormir, orei e pedi pra acordar um espelho
Um espelho da sua casa, exclusivamente
Pra te refletir
Te enxergar todos os dias
E ainda te mostrar o quanto você é único.
Desisti de viver sem você,
Mas me deixa ser seu espelho?

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Resumo de um dia (in)útil

Acordei
Aleguei que nada podia fazer
E assim fiz,
Larguei tudo
E nada fiz.


O vazio de tudo que larguei
Me fez tão cheia de nada
Assim, o tudo se tornou nada.


Meu caro, eu te aviso
Nada não é tudo
E tudo não é nada
E meu nada está tão cheio...

No meio do dia, me trai
Resolvi deixar o nada e ser feliz
Mas ai pensei
(e pensar quase nunca é tão bom - pensei antes)
Vazios não se preenchem
Vazio de amor
Vazio de gente
Então voltei ao que me esperava: o nada.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Confissões de alguém sem pauta

Acordei querendo escrever sobre você o resto da minha existência
Você
Você...
Pouco me importo que ninguém vai ler
Você é a minha única pauta.
Antes de você, depois de você.
Você
Você...
Cansei de te querer, mas o que ainda me resta é escrever
Escrever sobre
Você
Você...

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Cigarros e merdices

Acendi um cigarro, realmente eu não tinha muito o que fazer. Bati um pé no outro sem parar, em um ritmo definido e em outra hora indefinido. Cansei e acendi outro cigarro e veio na minha cabeça:
Tô vivendo uma vida de merda
Uma merda de vida
Na merda
Eu sou uma merda.
Inconformada com a situação me joguei no chão com a caixa de cigarros prestes a acender outro.
Acendi.
Que merda que eu sou - pensei alto.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

E que assim seja

Não estou me sentindo bem. Eu estava bem... Não gosto desta indecisão e falta de entendimento. Queria desaparecer, fugir, sumir uns dias. Tudo isso passaria, ou talvez quando eu voltasse meus problemas estariam sentados numa poltrona me aguardando.
Não aguento mais. Achei que tivesse saído deste buraco, mas cai de novo... Ou nem cheguei a sair. Sinto falta da minha "falsa liberdade". Fui enganada e estou sendo enganada todos os dias, por terceiros e por mim mesma. Estou cansada.
Não quero mais nenhuma palavra. Não adianta correr atras disso, já foi. Talvez nem era para ter sido.
Não me arrependo.
Não mudo meu discurso.
E que assim seja.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Causa mortis

Oh céus!
Nós temos que viver de coração
E não morrer do coração
Se for pra morrer
Que seja pelo coração!
Oh vida!

Tu não entendes meu coração em primeiro lugar
Não entendo o teu em último
Morrerei feliz
Tu morrerás triste...
Oh vida!

domingo, 30 de junho de 2013

Déjà vu

Foi em desses descuidos. Sempre assim... Não entendi ao certo o que aconteceu.
Vocês me podem dizer que é presságio, sonho ou loucura, e eu acredito que é déjà vu mesmo.
Uma escada e você, talvez as únicas coisas originais desse devaneio...
A única, porque as frases são a mesmas, as circunstâncias são as mesmas.
Você me diz que sou tão boa com palavras.
Bobagem tua. É só vivencia... Você sabe, prática em situações assim.
Te digo que é mera coincidencia, e as coisas são como são, não se pode mudar.
Não se preenche vazio com ausência, e nem se abusa da falta de esperança alheia.
Não pode ir e voltar sem pensar.
Me desculpa, são regras e isso não se pode omitir e infringir.
Ah! Omissão...
Não se deve omitir o mais importante.
Não se deve fugir das coisas essenciais.
Seguindo isso, tudo deixa de ser coincidência e vira fatos.

E o fato é que me perdi novamente. E isso não é um déjà vu.

sábado, 22 de junho de 2013

Sem título (propositalmente)

Te peço, talvez até te implore...
Não me olhe assim
Não sou boa com isso
E muito menos com aquilo...

Tenho milhões de defeitos, eu sei
Não sei o que fazer,
Mas por favor, não me olhe assim...

Está tudo tão bom
Pelo menos confortável,
Mas não que eu seja conformista...
Vamos ficar assim?

Só não me olhe deste jeito
Mais uns 20 minutos
E não lembre dos meus defeitos.
Por favor.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

No último vagão

Te juro que dessa vez eu não peço para você me encontrar
Eu vou até você
No último vagão
Me aguarde pro jantar.

No meio do caminho eu juro pensar em assuntos para nós
Sobre nós...
Mas quando eu chegar, eles irão desaparecer
Sumir.

Seus olhares, desculpe-me, nem tenho o que dizer
Você sabe, isso te torna alguém incomum
E eles fazem com que as palavras sumam
E o silencio permaneça.

Ah! Como eu queria um silencio com você...
Me aguarde,
No último vagão

domingo, 26 de maio de 2013

Quase duas duzias de palavras

Óbvio
Não vê?
Eu vejo
É claro
É óbvio.

Senta
Toma um café
Café clareia

Tomo café
Tudo é claro
Tudo óbvio
Não é óbvio?

terça-feira, 21 de maio de 2013

Gostaria de ter todo tempo do mundo

Eu brinquei com o tempo
Mal sabia eu, que com o tempo não se brincava
Nós não tínhamos todo tempo do mundo
Mentira de Renato Russo!

Não acredite em tudo que te dizem na tevê e nas músicas
Eles mentem.

E foi assim que te perdi
Um dia você estava aqui
E depois não mais.

Não sabia onde você estava
Mas sabia onde te procurar
Mas não fui
Mais uma vez brinquei com o tempo.

Um dia qualquer te encontrei
Te digo, você ainda é incomum
Permaneceu como você era tempos atrás

Gostaria de todas as tardes ter assunto com você
Te contar minhas histórias
Te fazer rir...

Gostaria de ter todo tempo do mundo
Mas não qualquer tempo
Todo tempo do mundo.... com você

terça-feira, 14 de maio de 2013

Mundo dos bons, dos que não existem e dos cigarros

- Não acredito na bondade dos outros
- Você custa acreditar em algo...
- Pessoas boas não existem
- O que realmente existe?
- Nada, só meu cigarro
- Me diga, o que há de errado com você?
- A vida é assim: nós notamos as pessoas ruins, e as boas nem olhamos, é como se elas não existissem, elas não vivem no mundo do meu cigarro, entende?
- Entendo...
- Não entende
- Entendo mas não aceito. Você é uma pessoa boa, e eu te notei no meio de muitas.
- Ai que está o problema. Eu.
- O que tem você?
- Nunca mereci nada do que tive e sempre joguei tudo fora e hoje... Não tenho nada, só meus cigarros
- Já pedi pra você largar isso
- É que com eles eu existo, sabe?
- Você é assim, larga o cigarro e volta a beber, você é terrível.
- Não sou boa, acredite em mim.
- O seu problema é beber e fumar
- Vou te contar outro segredo da vida... A ressaca nos faz querer viver, é um impulso pra sobrevivência
- Você tá louca!!!
- Você acorda mal, achando que vai morrer e não vê amanhã, mas você luta pro dia passar e você acordar bem no outro dia, mesmo que sua vida esteja uma droga. Você sempre sobrevive, e faz por onde merecer isso.
- Não posso estar ouvindo isso...
- Admita, não sou uma boa pessoa
- Você é terrível.
- E você não pertence ao mundo do meu cigarro...

Adormeci, sonhei com o paraíso. Meu paraíso. Acordei e antes de acender um cigarro e sair, te escrevi na esperança de te fazer sorrir: "Você não é do mundo dos cigarros, você não existe. Juro fumar menos hoje, me ligue."

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Aqueles moços do cinema

Te acho tão lindo
Sei que elas também acham isso
Mas não ligo
Você é muito bonito.

Te acho tão charmoso
Feito aqueles moços do cinema
Que não existem de verdade
Só na tela.

Te acho tão inteligente
Que minha vontade é andar com você por aí
Para conhecer as coisas com você...
Me alegrar com você.

Falando em alegria, acho que a minha mora com você
Ela fugiu de casa
Fez o que eu tinha quer fazer...
Correr...
Correr...
Atrás de você.

Mas qualquer dia desses te deixo uma carta
Falando o quanto você é bonito, inteligente e charmoso
Pego minha alegria
E te roubo pra mim.

sábado, 27 de abril de 2013

Assim lá e assim cá.

Queria que você multiplicasse tudo que você fala de mim e pra mim por mil
Toda essa intensidade é a minha.
Essa é a nossa diferença
Intensa.

Gostaria que as coisas não fossem assim aqui
Assim lá e assim cá.
Mas são
São porque são.

Desejo todos os dias que os dias sejam normais
Pelo menos vivíveis.
Nenhuma surpresa
Sem você
Apenas normal.

Sem você a estabilidade sem mantem do lado da instabilidade
E assim fico estável na minha instabilidade
Ao lado da minha intensidade
Num dia normal
Sem você
Apenas normal.

domingo, 14 de abril de 2013

Três coisas, querido

Querido, te digo três coisas...

Primeira,
Quando eu ouvir aquele barulho e olhar
Lá você estará.
Irei levantar, pular 3 vezes
E claro, agradecer.

Segunda e não menos importante
Você não sabe quem sou eu
E eu acho que sei quem é você
Mas quando a gente se ver
Promete me apresentar a você?

Terceira, mas que eu nunca esqueço
Seus olhos são a coisa mais perfeita do mundo
Assim como eu tenho certeza que seu sorriso também é
Nunca vi
Mas eu sei.
Promete também sorrir para mim?

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Sobre começos, meios e fins

- Ei menina, por que essa cara?
- Não sei, é que tudo acabou.
- Tudo o que?
- Algumas coisas...
- Então não é tudo!
- Claro que é. Algumas coisas que eram tudo para mim. Eram...
- Tipo?
- Esperança, serve?
- Serve...
- Mas não é só isso...
- Tem mais coisa?
- Sabe, minha mãe sempre me dizia que o que começava mal, terminava mal, e agora eu vejo que é verdade.
- Pois é... Mas sempre tem uma razão para começar e terminar mal. As coisas não são assim por simplesmente serem.
- O meio também foi mal.
- Então tá explicado. Não era pra acontecer...
- Não era...

Eu apenas dei as costas e voltei todo o caminho, pegando algumas partes que sobram e consertando minha vida.

sábado, 23 de março de 2013

Aqui jaz dias passados sem estrelas

 Todos os dias eu repetia arduamente o quanto nada estava justo.
 Naquela semana e naquele dia tudo seria diferente.
 Há quem diga que eu acordei mais sorridente, mais bonita ou menos triste. Mas na verdade é que aqui jaz a falta de esperança e comodismo.
 Era como se eu tivesse acordado de um grande pesadelo e entendesse que tudo não era real. Na verdade meus dias eram reais... Só não condiziam com a verdade.
Eu  iria agir... viver melhor. Eu vivia, mas não como deveria ser, e culpava todo dia a lua, as estrelas, e o vento por todas minhas falhas e meu destino.
 Minha vida não era estrelada, e raramente eu contemplava a Lua.
 E meu destino?
 Não sei. Nem a Lua sabe, e muito menos as estrelas.
 Eu sei que eu fiz algo para mudar.
 Vou esperar contando as estrelas.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Sabe?

Sabe? Domingos não me ajudam, só atrapalham.
Tá complicado... Queria que você entendesse o que eu estou passando. Juro que estou tentando me salvar e sair desta, mas tá complicado querido.
É um espécie de dor que nunca passa, e tem alguns picos com pioras. Tais picos aparecem quando eu me lembro o que você fez... Você cortou nosso único vinculo, única e ultima esperança, que ainda estava ali, mesmo quando tudo estava perdido.
Talvez nunca ninguém tenha te ensinado que não se faz isso com as pessoas, ou talvez tenham, mas você não aprendeu ou realmente quis fazer isso comigo. Sabe?  Você fez isso bem certinho, estou perdida querido.
E por mais que tudo isso seja sua culpa, eu ainda te perdoou na minha cabeça, te chamo em pensamento e peço para Deus te cuidar.
“Se cuida...” “Se vira, você não é quadrada!”
Sabe? Quando você quiser voltar... Pode voltar, estarei aqui, como sempre, no mesmo lugar, da mesma forma, só um pouco mais amarga do que antes... Mas sabe? A culpa é sua.

Com carinho,
Da garota das cervejas.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Receita anti angústia

Aquela angústia era infindável.
Faziam alguns dias que eu não saia de casa
E tinha perdido as contas de quantos dias se faziam.

Resolvi sentar no chão da minha dispensa de alimentos
Com um bloco de anotações e comecei a rabiscar teu sorriso
Rabisquei seu olhar e algumas palavras.

Fiquei esperando que saísse coisas boas dali
Talvez meia colher de esperança
Duas xícaras de futuro bom
E uma pitada de boa vontade.

Mas nada saiu, só rabiscos e palavras soltas.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

E nas ondas do mar, eu desapareci

   Posso ser sincera? - Foi a primeira coisa que te perguntei quando você colocou o primeiro pé na sala. 
   Eu iria bombardear tudo, com minhas palavras, insultos e loucuras e você só olharia daquela forma de sempre, com pena do caminho que tudo aquilo tomou. "Aquilo". Só que ao invés de vestir uma farda e ir pra guerra, eu simplesmente sentei no sofá e olhei pra você e logo me distrai pensando em filmes e músicas que poderiam ser comparadas com a gente. Vanguart, O que a gente podia ser. Comecei a falar baixo e escrever em um papel de anúncio que estava jogado na mesinha do canto: 
"E nas ondas do mar
Eu vi você voltar
E nas ondas do mar
Eu desapareci..."
   Comecei a me sentir mal com a sua presença. Você é como uma droga, uma vez que eu tinha me livrado, não poderia ficar perto, porque qualquer escorregão, o vicio voltava. Ah, e que vicio. 
   Claro que você pode ser sincera, você sempre é... tão... tão... realista - Foram as únicas palavras que você disse naquele dia. Se eu soubesse, teria puxado mais algumas, a fim de entender o que você entendia sobre mim, o que você pensava sobre mim. E as palavras sincera e realista martelavam minha cabeça... Poderia jurar que você me achava egoísta, pessimista, egocêntrica e mais do que tudo: louca. Loucura e sinceridade são coisas muito relativas, talvez eu poderia ser tudo aquilo e não ser nada.
   E aquele silencio me matava: por fora, nada e por dentro, eu gritava e ouvia milhões de vozes me falavam coisas incompreensíveis. Aí eu lembrei da minha sinceridade. Levantei, e joguei no seu colo o papel com aqueles versos, e fui embora.
   Fui sincera, como nunca fui na vida.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Entre aspas: Caio Fernando Abreu

   Mas acontece tipo assim: lembro do seu rosto, do seu abraço, do seu cheiro, do seu olhar, do seu beijo e começo a sorrir, é assim mesmo, automático, como se tivesse uma parte do meu cérebro que me fizesse por um instante a pessoa mais feliz do mundo, mas que só você, de algum modo, fosse capaz de ativar. 
   Eu sei, é lindo. Mas logo em... seguida, quando penso em quão longe você está sinto-me despedaçar por inteira. 
   Sabe a sensação de arrancar um doce de uma criança? Pois é, sou essa criança. 
   E dói. Uma dor cujo único remédio é a sua presença. Então sigo assim, penso em você, sorrio, sofro e rezo, peço pra Deus cuidar da gente, amenizar essa dor e trazer logo a minha cura.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Mãos, prédios e liberdade


   Era inacreditável como ele me conhecia como mais ninguém no mundo. Ele conhecia bem minhas mãos e só, aquilo bastava.
   Ele seria capaz de desenha-las perfeitamente. Sabia o porquê de cada anel, cada marca... E me questionava todas as vezes que minhas unhas estavam curtas: O que foi? - Ele sabia que aquilo era sinal de problema, e entendia também que elas médias era problema solucionado e compridas que lá vinha problema novamente.
    Um ciclo. Como nada vida.
   Eram minutos de analise, cada milimetro era observado e compreendido, depois de um tempo finalmente dava uma pausa e ria da minha cara de assustada e continuava sua analise, enquanto eu ficava olhando pela janela. Era uma paisagem comum, que poderia ser vista todos os dias, por qualquer um, mas para mim tinha um significado importante, algo como liberdade. Toda vez que via aqueles prédios me dava vertigem, uma vontade de sair no meio, me perder e esbarrar em algo ou alguém.
   Procrastinei, adiei, e delonguei o quanto pude.
   Um dia me cansei, sai no meio dos prédios e não esbarrei com ninguém que me conhecesse tão bem quanto você, na verdade nem sequer encontrei com alguém normal. Só passo meus dias nas ruas procurando por você, espero você bater na minha porta e pedir para entrar, tomar um café e olhar minhas mãos.
   Hoje eu não conheço minhas mãos, e não me reconheço mais.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Ponto final, cadê você?

Já me colocaram contra você
Já me falaram mentiras sobre você
Já me disseram verdades sobre você
Verdades boas e verdades não tão perfeitas.

Já pensei em desistir
Já pensei em correr
e a única coisa que eu faço é esperar.

Todo momento algo meu puxa até aqueles dias
Dias que se contaram com os dedos das mãos
E sobraram alguns pro coração.

Tudo passou e acabou
Não há mais nada para se fazer
Ah...  só precisa de um ponto final, que eu não tenho agora.

No clímax de uma maré de azar, lá estava você adoçando minha vida
E no clímax de uma maré de sorte, lá se foi...

Só deixo esta carta para você...

Entenda que não fiz nada
Nada mesmo...
Este foi o maior erro
E por este motivo você pode ir.
Mas só por este, porque pelos outros, você fica.

Fica?